FRANCISCO MARINS
Filho de Joaquim Marins Peixoto (1899-1972) e Isabel Ferrari Marins Peixoto (1901-1968), Francisco Ferrari Marins, mais conhecido como Francisco Marins, nasceu no dia 23 de novembro de 1922, no distrito de Prata, quando este pertencia ao município de Botucatu (SP) e que, por este fato, é considerado filho ilustre de Pratânia (SP).
Descendente de antiga família de boiadeiros e pequenos plantadores de café, Francisco Marins passou sua infância em contato com a vida rural, onde colheu inspiração para seus livros, os quais iriam refletir, no futuro, os costumes e a história da formação brasileira. Morreu no dia 10 de abril de 2016, aos 93 anos de idade, em Botucatu (SP).
ESCRITOR DA TERRA E DA JUVENTUDE
Foi casado com Elvira Bandeira de Mello, com quem teve dois filhos: Eduardo Bandeira de Mello Marins (1949-2011) e Fernando Bandeira de Mello Marins (1951-2010). Aos 11 anos escreveu junto com seu amigo, o também escritor Hernâni Donato (1922-2012), a novela infantil "O tesouro", publicada em 25 capítulos no suplemento literário do jornal "Diário de São Paulo". Seu primeiro livro, o infanto-juvenil "Nas terras do Rei Café", foi publicado em 1945, hoje com 34 edições e tiragem de mais de 600.00 exemplares. Esse foi o primeiro de 6 livros com aventuras no "Sítio Taquara-Póca". As trilhas que partem de Os Sertões e de Euclides; três estudos (sobre o tema euclidiano), Euclides de volta a São José do Rio Pardo; Um educador brasileiro - Lourenço Filho; Sobre enciclopédias. Outra série escrita por ele foi "Roteiro dos Martírios", composta por três livros, e que numa edição condensada foi o único livro brasileiro a figurar no catálogo da famosa coleção europeia Delphin, que reúne os grandes clássicos da literatura juvenil de todo o mundo.
ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS
Em 1946, Francisco Marins formou-se em Direito pela Universidade de São Paulo, e em seu período acadêmico (1940-1946), foi membro e presidente da Academia Brasileira de Letras da Faculdade de Direito e diretor da revista Arcádia, quando promoveu conferências de repercussão nacional sobre a Semana de Arte Moderna. Fundou e dirigiu o jornal "O Estudante", e também colaborou nos jornais "Planalto" - de Orígenes Lessa, "Folha da Manhã", "Diários Associados", entre outros. Entre os anos de 1960 e 1979 organizou numerosos projetos editoriais como orientador editorial das Edições Melhoramentos, editora de São Paulo, contribuindo para um catálogo dos mais opulentos, do livro brasileiro, em diversos gêneros. Em 25 de março de 1966, tornou-se membro da Academia Paulista de Letras (APL), ocupando a cadeira número 33, cujo patrono é o poeta Teófilo Dias (1857-1889). Colaborou, na fase ginasial, na imprensa da região de Botucatu (SP), como repórter e escreveu uma série de crônicas denominadas "Pitangas" e "Gabirobas" e "Contos Sertanejos".
Francisco Marins, através de seus livros, enobrece e eleva o nome de Pratânia (SP) por todo o Brasil, e também para outros países, uma vez que seus livros são traduzidos em quinze línguas.
TAQUARA-PÓCA E HINO DE PRATÂNIA
O "Escritor da Terra e da Juventude" deixou em nosso município, um recanto cultural, que, à semelhança do sítio do Pica Pau-Amarelo, procura mostrar as crianças, adultos, estudantes, turistas, cenas da vida rural e familiar brasileira, inspirada nos livros das sagas "Taquara-póca" e " O Homem e a Terra".
Em uma área da cidade de 5 mil m², o "Sítio Taquara-póca" reproduz o pátio da antiga "Vila da Prata", com algumas atividades ligadas às tradições populares, à cultura caipira, ao folclore, ao ecossistema e, principalmente à formação da infância e juventude pelo livro e pelo hábito de ler, pelo artesanato, artes, teatro, músicas populares dentre outras; inclusive com a réplica da primeira igreja de Pratânia (SP).
Motivo de orgulho para os pratianos, Francisco Marins escreveu ainda o Hino de Pratânia.
Pratânia, Pratânia!
Município, terra querida!
De gente nova e antiga, De boa luta, luta renhida.
De gente nova e antiga, De boa luta, luta renhida.
Sertão bruto no clarão da serra,
Peão e fazendeiro confio de barba.
Dividem terras alvissareiras,
Campos pra gadaria, matas pros cafezais.
Dividem terras alvissareiras,
Campos pra gadaria, matas pros cafezais.
Entre rios e belas figueiras,
Cresce ao longo, um povoado;
Que vai além fronteiras,
De gente forte, solo habitado.
A Prata, hoje ressurgente,
Na cultura, sem igual.
Resplendente na música,
Por outros trabalhos, muito mais.
Resplendente na música,
Por outros trabalhos, muito mais.
Pratânia, Pratânia!
Município, terra querida!
De gente nova e antiga, De boa luta, luta renhida.
De gente nova e antiga, De boa luta, luta renhida.
Letra: Escritor Francisco Marins
Musica: Cantor Tinoco
"Francisco Marins não é somente o grande romancista do café, é o poeta de um Brasil de essência, brotado na saga dos povoadores, dos padres missionários, dos desbravadores, dos sertanejos rudes, dos plantadores de café e dos construtores de ferrovias no sertão misterioso". (Fábio Rodrigues Mendes).